O tempo Vida !

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sabedoria das Aves


O dia há-de chegar,

com a capa de vento
a ondular
e cabelos de sol a clarear
o côncavo das grutas.

Nas mãos, o riso dos meninos
e o canto dos pássaros.
Sempre os pássaros,
com seus presságios
álacres ou soturnos.

Estarei na minha torre,
a entrançar desejos
de tapetes de flores
e de águas borbulhantes
e de pássaros verdes.
Sempre os pássaros.

O dia há-de chegar,
a embrulhar de azul
o meu castelo,
a invadir a torre,
a incitar-me ao salto,
a colar-me nos olhos
a leveza dos pássaros.
Sempre os pássaros.




Desde sempre os conhecemos. Em bandos ou solitários, nos campos, nas praias, nas cidades, os pássaros lá estão. Espiam-nos, chamam-nos, provocam-nos. Às vezes rasam-nos o corpo, sem se deixarem tocar. Cantam para nos acordar, gritam à procura do asilo nocturno ou aparecem de noite a piar tristezas. Louvam a vida e pressentem a morte. Habitam os troncos das árvores ou as moitas rasteiras ou as fragas nas alturas. Mergulham até ao peixe ou debicam as searas. Sabem tudo do vento e das tempestades. Livres, livres. Tão alto subindo, tão alto, são a nossa inveja, a medida da nossa pequenez. Nunca os poetas os ignoram. Ilustram-lhes os versos ou são os próprios versos. Quem pode imaginar um mundo sem os pássaros?

Licínia Quitério

Imagem do google
poema e comentario da autora citada.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Amor de passarinho


Amor de passarinho
nada tem de pequenininho.
Tem ternura, asas, leveza,
biquinhos, delicadeza,
a dimensão do céu,
a força da natureza…
Canto, ninho, cor e ar…

Muito ar…

Que amor
quando é amor
deixa o outro respirar…

ju rigoni

Imagem de:
(foto: Divulgação Marcelo Prates)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

AVES....


Tão simples!... Fôssemos aves
e a vida era só voar
por céus de tintas suaves
que ninguém sabe pintar.



Fôssemos bichos do monte
em vez de sermos pastores:
tínhamos vinho nas fontes
e o prato-cheio das flores.


Fôssemos nós os ribeiros
tagarelas das quebradas,
não os tristes marinheiros
do mar das águas salgadas.


Fôssemos nós a candeia
de alumiar aos serões,
sem o mêdo da alcateia
e das rondas dos ladrões.


Fôssemos nós, meus amigos!
os gordos cachos das vinhas,
em vez de pobres mendigos
que pedem pelas alminhas.



Fôssemos como o pinheiro
tão assisado e plebeu:
que as pinhas são mealheiro
onde tem sempe de seu!



Fôssemos antes o foo
dalguma braza esquecida,
em vez de andarmos no jôgo
de luz e trevas da vida.


Fôssemos nós como as cabras,
as afilhadas da terra,
em vez destas feras bravas
com sêde e fome de guerra.


Fôssemos linho e frescura
para as arcas do bragal,
em vez desta carne impura
sempre em pecado mortal.


Fôssemos nós a vidraça
que é tão fiel para a luz,
em vez de sermos da raça
que pregou Cristo na cruz.


Fôssemos nós pedras mudas,
rudes, sem eira nem beira,
em vez de sermos o Judas
que se enforcou na figueira...

... Felicidade! ... Afinal,
fôssemos nós naturais
e limpos de todo o mal,
não era preciso mais!...


In "Caminhos" 1933

Poemas e Imagem disponibilizada internet
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