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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bourkes Rosa



Ave de subtil beleza pertencente ao grupo dos Periquitos da erva assim chamados por passarem muito tempo no chão alimentando-se de sementes de gramineas.

São originários da Austrália e a sua difusão na Europa foi inicialmente lenta devido em parte à sua menor resistência (quando comparada com outros periquitos australianos), os exemplares importados da Austrália tiveram problemas na adaptação uma vez que a mudança de habitat é grande, e como esta família de pequenos periquitos tem o hábito de passar muito do seu tempo no chão, fica vulnerável a condições de humidade elevada e a fundos (das gaiolas ou dos viveiros), que não estejam em boas condições de higiene.

Apesar dos problemas, 4 espécies adaptaram-se muito bem gozando actualmente de grande popularidade na Europa, sendo uma delas o 3º psitacideo mais criado na Grã-Bretanha (o Neophema splendid), logo atrás do periquito comum (Melopsittacus ondulatus) e da Caturra (Nymphicus hollandicus), e a frente dos Agapornis, o Bourke não é tão popular como o Splendid, mas a sua beleza peculiar tem muitos admiradores, além disso o seu temperamento calmo e pacífico torna-o útil em colecções mistas com pequenos exóticos. No entanto, não se deve misturar os Neophemas com outros psitacídeos uma vez que não são capazes de se defender, aliás para aqueles criadores habituados a pequenos psitacídeos muito agressivos como os Agapornis ou os Forpus, vão achar as brigas entre os neophemas quase cómicas, alguma esgrima de bicos, algumas perseguições e pouco mais.

Para além do seu temperamento outra das vantagens dos neophemas é terem dimorfismo sexual, o que facilita muito a vida ao criador, no entanto, e no caso do Bourke, pode ser difícil nalgumas linhas ou mutações distinguir o sexo, uma vez que o dimorfismo sexual dos Bourkes é muito subtil. Os machos têm penas azuis na área acima do bico e as fêmeas não, além de que os machos tem a cabeça mais chata e normalmente são maiores do que as fêmeas. Os machos também "assobiam" e um macho em "cio" tem um comportamento especifico, assobiando e chamando a fêmea para o ninho.

Nalgumas linhas o azul na cabeça dos machos é quase inexistente, noutras o macho tem muito azul, cobrindo uma área que se estende por cima do bico até à linha dos olhos, ora isto possibilita que os machos Opalinos (rosa) possam ter azul na cabeça, portanto o meu concelho é que procurem machos com o mais azul possível e fêmeas filhas de casais em que o macho tem muito azul na cabeça.

Criadores habituados a espécies de psitacideos mais "normais" esperam geralmente que os casais compatíveis tenham determinados tipos de comportamento nomeadamente catarem-se mutuamente (aloprening) e o macho alimentar frequentemente a fêmea, no Bourke tal não acontece, de facto os membros do casal ignoram-se mutuamente na maior parte das ocasiões, e só quando começa a época de reprodução é que o macho alimenta a fêmea, e inicia a corte assobiando e inspeccionando o ninho tentando atrai-la para lá.

Em termos de alojamento várias questões têm que ser consideradas; a primeira é o espaço de vôo, os Bourkes têm tendência para engordar se mantidos numa dieta normal de sementes secas e, especialmente, se lhes for fornecido muito girassol. Para além dos problemas de saúde decorrentes a fertilidade será menor, portanto, à que ver a quantidade de exercício que a ave tem hipótese de efectuar. Eu recomendo um espaço não inferior a 1 metro de comprimento, mas havendo espaço o ideal seriam gaiolas com mais de dois metros.

Depois à que pensar, se vamos criá-los em colónia ou sozinhos, a maioria dos criadores prefere criar com os casais separados, mas se houver espaço (mais de quatro metros de comprimento) pode-se tentar a criação em colónia ou em sistemas de trios, ou seja um macho e duas fêmea, eu pessoalmente já experimentei o sistema de trios em Bourkes e em Esplendidos, com resultados diferentes, os Bourkes fêmea disputaram constantemente os ninhos, apesar de terem 4 ninhos a disposição, por outro lado as duas fêmeas de Esplendido tinham tendência para pôr no mesmo ninho, e só tinham problemas quando as crias nasciam. Como já foi dito também é possível usar os Bourkes num viveiro com pequenos exóticos, ou mesmo com Esplendidos, ou Elegantes.

Mas, a questão mais importante é sem duvida o tipo de fundo da gaiola, esta situação tem que ser muito bem analisada antes da compra das aves porque a alta mortalidade dos neophemas em Portugal está directamente relacionada com o tipo de alojamento.

Para além de passarem muito tempo no solo estas aves passam muito tempo a mexer no que encontram, o que incluí é claro os excrementos deles ou de outras aves, e mais grave as crias ao saírem do ninho e começarem a procurar comida tentam também comer o que encontram o que resulta numa elevada mortalidade juvenil por coccidiose, entre outras patologias, devido á contaminação fecal.

Para solucionar este problema o ideal seria gaiolas com fundo em rede de maneira a que as aves não tivessem contacto com os excrementos, no entanto as aves adultas sentem-se aparentemente desconfortáveis neste tipo de gaiola, porque não podem correr pelo chão, o que pode ser negativo no ritual de corte (isto é, teoricamente, mais grave no caso do Esplendido), portanto ou se usa gaiolas com fundo em rede ou se se usarem gaiolas com chão deve-se mantê-las o mais limpas possível.

Ao contrário de outros psitacideos, e como já foi referido anteriormente, a compatibilidade entre os membros do casal não é um problema sério, o macho e a fêmea não interagem regularmente antes da época de criação e não revelam comportamentos que posam indicar se o casal é compatível, os membros do casal não se catam mutuamente e o macho geralmente só alimenta a fêmea na época de reprodução, quando em Dezembro as aves começam a mostrar interesse um pelo outro, coloca-se um ninho, este pode ser de vários modelos desde um para Agapornis até um para caturras, o importante é que tenha um pau para o macho poder ficar a entrada do ninho e chamar a fêmea para entrar , ao mesmo tempo o macho começa a alimentar a fêmea, e assim que esta começa a entrar no ninho e a escavar o material (como material eu costumo usar uma camada de aparas de madeira) de modo a formar uma concavidade, é sinal que está pronta a começar a postura.

A postura consiste normalmente de 4-6 ovos brancos que são chocados durante 18 a 20 dias, (a fêmea geralmente começa a chocar a partir do segundo ovo). As crias nascem cobertas por penugem branca, sendo alimentadas inicialmente pela fêmea e posteriormente pelo macho, podem surgir problemas nesta fase com as crias a morrerem entre os 6-12 dias muitas das vezes com o papo cheio, se isso acontecer eu adiciono Mycosan® à agua ou à papa, o problema fica geralmente resolvido, se não dispuserem de Mycosan® podem experimentar um antibiótico de cria, ou mesmo um antibiótico de largo espectro.

As crias crescem depressa e saiem do ninho muito cedo, às vezes ainda não são capazes de voar quando saiem do ninho o que, no Inverno, é complicado, o melhor é pegar na cria e pô-la em cima do ninho, no dia seguinte ela já deve voar, a independência é rápida mas é também o período mais critico, e onde pode haver mais mortalidade das crias, deve-se ter especial cuidado com a higiene nesta fase, a fêmea entretanto começa com a segunda postura, o que não é aconselhável porque as crias podem atrapalhar os pais e impedir a cópula. O melhor sistema é retirar o ninho assim que as crias saiem e voltar a colocá-lo quando as crias forem separadas dos pais.

Existem várias mutações sendo as mais conhecidas o "Fallow" (amarelo) e o "Opalino" (rosa) estas podem ser combinadas no "Opalino Fallow" que geralmente é conhecido como "Pink" nos países de língua inglesa por oposição ao Opalino que nos chamamos "Rosa" e eles "Rose".

Opalino: Normalmente conhecido como rosa, esta mutação provoca perda de melaninas ao mesmo tempo que aumenta os lipocromos, a mutação provoca um efeito variável de indivíduo para indivíduo, sendo alguns de um rosa muito forte enquanto outros são mais pálidos de um rosa muito claro, isto é típico das mutações opalinas, e verifica-se o mesmo nos Periquitos ondulados opalinos e nas Roselas Omnicolor opalinas. Nalgumas linhas os machos podem apresentar azul na cabeça e noutras não, uma vez que se torna difícil distinguir o sexo nas linhas em que o macho não apresenta azul, é aconselhável tentar arranjar aves das linhas "azuis", estas variações não são causadas por mutações propriamente ditas mas por variações da expressão de uma mutação principal (neste caso a opalina), causadas por genes secundários que influenciam o funcionamento da principal. Esta mutação é recessiva ligada ao sexo, o que quer dizer que a mutação se encontra num gene do cromossoma X (ou Z).

Fallow: Mutação recessiva caracterizada por uma diluição das melaninas, alelo do ino não ligado ao sexo, existe portanto uma forma intermédia muito clara.

Lutino: Ino ligado ao sexo, a ave não apresenta melaninas, ficando portanto amarela e rosa, combinado com o Opalino dá o Opalino Ino, mais conhecido por Rubino, este é uma ave espectacular com um rosa mais forte e um amarelo intenso.

Existem várias outras mutações que ainda não estão disponíveis em Portugal ou que não são facilmente distinguíveis das outras, e que à medida que forem sendo conhecidos mais pormenores serão adicionadas ao artigo.

Fonte do texto e Imagem

Um comentário:

  1. Passaros lindos e que toda família deveria ter pois são calmos tem um canto lindo e não fazem bagunça.

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